Brasil

“Passam-se coisas estranhas no Irão”

O primeiro-ministro de Israel promete libertar a Faixa de Gaza do Hamas e volta a dizer que a guerra pode ser longa. Benjamin Netanyahu faz ainda avisos ao Irão e ao Hezbollah. O comentador da SIC Manuel Poêjo Torres explica qual é a relação entre o Hamas e o Irão e os perigos que o regime iraniano representa.

“O regime iraniano tem uma rede de grupos remotamente patrocinados, grupos que recebem financiamento direto por parte do Irão e que têm como objetivo político atingir as mesmas marcas que tem o regime iraniano (…) destruir Israel e destruir o Estado judeu”.

Manuel Poêjo Torres considera que o Hamas atacou agora “porque o Irão pode ter argumentos que modificam a geopolítica regional”, ou seja, “já tem um protótipo de arma nuclear que possa que possa demonstrar”, o que significa que este conflito pode tornar-se um problema mundial.

A relação entre o Hamas e o Irão
Manuel Poêjo Torres explica que “todos os grupos patrocinados, seja pela Rússia, seja até pelos Estados Unidos, seja pelo Irão, estão sempre coordenados numa operação conjunta que tem um objetivo político superior – uma grande estratégia que depois é desmontada e cada grupo tem a sua missão individual, mas coordenado de forma a atingir os tais objetivos políticos”.

Por isso, o comentador da SIC afirma que o Hamas não fez esta operação sem “uma coordenação prévia que, já sabemos, levou mais de quatro anos, com o Hezbollah, com os huthi no Iémen e com aqueles que fazem o financiamento público – o Irão”.

Diz ainda que o Hamas adquiriu 100 milhões de dólares através de cripto ativos, uma forma destes grupos terroristas procurarem financiamento, através do mercado que ainda não está regulado e que foge muitas vezes à regulamentação Internacional.

“É através de diferentes mecanismos de financiamento que o Hamas arranja força anímica e económica para atingir os objetivos políticos que são seus, mas também são os do Irão”.

“Passam-se coisas estranhas no Irão”
“Passam-se coisas estranhas no Irão. Este alinhamento político do Irão com uma narrativa bastante mais vincada agora foi propositada”, afirma Manuel Poêjo Torres.

O comentador da SIC explica que desde a década de 70 do século XX que o Irão procura criar um programa nuclear para fins civis, mas há receio de que enriqueça urânio a ponto de conseguir construir uma arma nuclear.

Entre 2013 e 2015 foi negociado o chamado Acordo Nuclear para o Irão, em que o Irão, para não sofrer sanções internacionais, aceitaria apenas enriquecer urânio a 3,67%. Em 2020, o Irão rompe o acordo e “sabemos agora que o Irão começou a desenvolver a urânio enriquecido a 60%”.

“Entretanto, o Irão já desenvolveu capacidades para colocar satélites em órbita e a tecnologia que leva um satélite para a órbita pode ser também usada para criar mísseis intercontinentais”.

Em 2019, o líder supremo do Irão, Khamenei, “anunciou que era necessário criar uma grande civilização islâmica, uma civilização islâmica global. Agora em 2023, o Irão tenta vincar muito mais o seu discurso”.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo